terça-feira, 29 de março de 2016

Rotina diária

Este vai ser daqueles textos que criam mais empatia com os leitores e por boa razão: toda a gente gosta de coscuvilhar um bocadinho sobre a vida dos outros. Não é saudável, eu sei, mas em moderação é muito divertido e é por isso que os miúdos (e graúdos) adoram abrir gavetas e ver dentro das malas e debaixo das camas: é uma curiosidade natural ver como é que os outros vivem e fazem a sua vida diária.

Vou começar por dizer que trabalho num escritório. Acho que é uma actividade que se dá imensamente bem com o meu tipo de personalidade: tenho horário certo, faço trabalhos mais ou menos repetitivos que criam rotina e me permitem ter o meu espaço organizado, dá-me tempo para escrever porque estou à frente de um computador na hora do almoço e é um lembrete constante de que tenho de ser produtiva e quase nunca lido com pessoas mal dispostas (também as há, às vezes, mas, sinceramente, eu até lhes acho piada).

O meu dia durante a semana começa às 7h00 da manhã. O telefone já tocou às 6h55, mas eu gosto de passar uns minutos só a espreguiçar-me, a ligar a luz do quarto e a habituar-me ao frio para lá dos lençóis.

Desço logo para a cozinha, enquanto vou abrindo as persianas por onde passo, e o meu pequeno-almoço é, geralmente, constituído por flocos de aveia com amoras e mirtilos e meia banana e uma chávena de chá preto. Aqueço sempre água a mais porque, enquanto que os flocos vão fazendo no microondas, preparo também a termos do meu pai e a minha com chá para levar para o trabalho e beber durante o dia.  

Tomo o pequeno-almoço com calma, enquanto vejo um dos episódios que já gravei na televisão. Deixo-me ficar 20 a 30 minutos nesta fase mais relaxada da manhã.

Durante os próximos 30 a 45 minutos, arranjo-me. Lavo os dentes, faço a minha higiene pessoal, ponho a pouca maquilhagem que uso durante o dia e visto a roupa. Sempre que posso vou pousando o telemóvel aqui ou ali para ver vídeos de YouTube sobre os temas que me interessam mais nessa semana.

Saio de casa por volta das 8h20. Às vezes saio antes, às vezes depois, sempre sem muita pressa porque raramente me atraso para o trabalho. Demoro entre 25 a 30 minutos a chegar ao escritório e quem me leva é o meu pai, porque trabalha como vendedor e assim a) escuso de vir num autocarro a abarrotar logo pela manhã (se assim tiver de ser, opto sempre por sair de casa 20 minutos antes do necessário para não apanhar tanta gente) e b) cria-lhe uma rotina para ir trabalhar, o que é difícil para as pessoas que não têm horário de trabalho.

Começo a trabalhar às 9h00 e os meus dias tendem a ser muito estruturados. Mesmo fazendo atendimento ao balcão, que acaba por ser imprevisível porque nunca sabemos bem quem nos pode entrar pela porta dentro e a sua disposição, faço sempre o mesmo trabalho. Respondo a e-mails, trato de arquivos, emito facturas, envelopo cartas. Mais ou menos sempre assim todos os dias. Há quem não goste, mas eu até me sinto bem nesta previsibilidade.

Tenho 1h30 para almoçar. Às vezes tenho uma colega que me faz companhia e passamos o almoço a conversa e partilhamos coisas boas que trouxemos de sobremesa, às vezes vou com amigas a um restaurante porque tenho o luxo de trabalhar na Baixa, às vezes vou até ao jardim sozinha depois de comer para apanhar ar e sol e relaxar, às vezes passo o tempo todo à frente do computador a escrever ou a ler blogs. Nunca estou sem que fazer e raramente estou aborrecida. 1h30 passa rápido.

Aliás, 7h30 de trabalho costumam passar rápido e mal me apercebo das 18h a chegar.

Quando saio do trabalho, se estiver bom tempo, vou a pé durante uns 30-40 minutos até a uma qualquer paragem de autocarro que me sirva (são várias as linhas que vão da baixa a minha casa e quase nunca espero mais de 5 minutos); se estiver a chover ou muito frio, apanho o autocarro à porta do trabalho que sai na minha paragem de casa. Pessoalmente prefiro caminhar um bocado. A cidade do Porto é lindíssima e quero aproveitar a azáfama das ruas até a bolha arrebentar com a quantidade de turismo e novos espaços que têm aberto.

Quando chego a casa, troco logo de roupa para algo mais confortável. Passo as últimas horas do dia a navegar na Internet, a conversar com os meus pais ou com a minha avó, a ver séries e filmes ou a ler. Por vezes sou produtiva e escrevo para o blog ou planeio as viagens daquele ano. Ultimamente tenho estado muito entusiasmada com a viagem a Roma e a Bruxelas em Junho com o meu namorado.

Finalmente, deito-me por volta das 22h30/23h00 e, por sorte, adormeço quase imediatamente. O meu namorado diz que tenho dois super-poderes: tenho sempre fome e tenho sempre sono. Um é mais útil que outro nesta altura.


E vocês, como passam os vossos dias?

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