sexta-feira, 29 de abril de 2016

4 Formas de Começar a Poupar Dinheiro


Um dos grandes problemas da economia das nossas casas é a incapacidade que muita gente, a grande maioria da gente, tem de poupar eficazmente e de uma forma significativa. Isto não se deve a nenhum problema com a economia do país em geral - apesar dessa não ajudar, com os níveis de pobreza cada vez mais altos e os subsídios e afins cada vez mais baixos -, mas sim com o nosso problema como cultura do "deixa andar" e do "logo se vê", que não incute limites importantes nos jovens em termos de saber poupar e de gastar correctamente o seu dinheiro.

O problema não é só nacional. Há muitos fóruns dedicados ao assunto por todo o mundo e o maior problema no que toca à iniciação na poupança é generalizado: na escola não há educação para as economias do dia-a-dia. Talvez haja nalgum país, ou nalguma localidade, mas na maioria das escolas ensinam filosofia, artes plásticas e matemática, mas não ensinam a fazer o IRS, a investir, o que são juros e contas bancárias, o que é uma hipoteca, e uma enorme lista de coisas com as quais, chegando a meio dos seus 20 anos (às vezes mais, às vezes menos) , os jovens acabam por ter de aprender sozinhos. 

Não venho explicar o que nenhuma dessas coisas são, até porque ainda não as percebo bem eu mesma, mas venho falar de uma coisa que tenho estava a me ensinar, estando prestes - espero - a iniciar uma vida fora do tecto dos pais. Há muito tempo que tenho tentado fazer um esforço consciente para poupar dinheiro, fazer menos gastos supérfluos e reutilizar tudo aquilo que consigo. A verdade é que muitas vezes não nos vamos apercebendo e a conta vai diminuindo, sem perceber para onde foi o dinheiro e sem depois o poder usar para coisas que, de facto, são precisam ou nos são importantes.

Começo por dizer que ganho cerca de 800€ mensais. Uh, é tabu, Rita, não podes dizer o teu salário que o menino Jesus fica zangado. Odeio essa conversa. Odeia que quando se fala do assunto, há sempre alguém que diz que ninguém tem nada a ver com isso, e odeio especialmente se for alguém jovem que, rodeado de outros jovens, não quer dizer isso. Ninguém é obrigado a fazê-lo, claro, mas
se o nosso país está a passar por uma crise tão grande e se os nossos jovens trabalham em condições precárias, porque não, quando em situação de conversa entre amigos, ser honesto e aberto na discussão, para que toda a gente possa perceber se e como pode melhorar a sua situação laboral ou financeira.

Em conversa com a maioria dos meus amigos esta discussão é como, eu acho, deve ser. Toda a gente comenta o seu salário, falamos sobre o horário, horas extras, dinheiro gasto em transportes e alimentação... Estamos (quase) todos a iniciar a vida adulta e considero este tipo de discussões inestimáveis, porque nos permite ver se a posição que ocupamos é bem paga, ou, pelo menos, se o salário é justo e dentro da norma, se as horas extras são recompensadas em alguma empresa (nota: não são), se a forma como o nosso chefe nos trata é apropriada, entre várias outras situações que só podem surgir se houver uma discussão honesta sobre o tema.

Voltando ao meu salário: dos 800€, tento sempre poupar 550€. Muitas vezes não é possível e muitas vezes não sei porquê. 250€ é mesmo muito dinheiro, mas acaba por ir sempre desaparecendo ao longo dos 20 dias úteis entre recebimentos. O objectivo principal é tentar, enquanto possível, reverter a regra básica da poupança: 1/3 de poupança, 2/3 de consumo para 2/3 poupança, 1/3 consumo. Sem muitas despesas

Aproveito para deixar a nota que este tipo de poupança é estupidamente mais fácil porque vivo com os meus pais e não tenho despesas fixas para além de transporte, alimentação e telemóvel. Por outro lado, o meu objectivo é poupar o suficiente para poder iniciar, logo que possível, a próxima etapa sem recorrer a empréstimos (para além do da casa e, possivelmente, do carro) e sem precisar da ajuda de mais ninguém - claro que, pais, avós e tios, se me quiserem dar mais dinheiro e/ou coisas bonitas, são sempre bem vindos.

É neste tipo de mentalidade que, nos últimos meses, tentei fazer um plano para ter a certeza que seguia o plano... o plano de poupança que fiz para mim mesma. Neste processo, usei 4 formas de controlar os meus gastos e de me cingir ao limite que para mim impus:

1. Não usar cartão
O primeiro passo é pagar a nós mesmos: levantar os 250€ e deixar os 550€ que queremos poupar na conta bancária. Se não houver um limite físico que nos restringe corremos o risco de nos distrairmos e gastar muito mais do que queríamos, ou esperávamos. Não usar cartão traz paz ao espírito: voltamos à mesada que os nossos pais nos davam, é aquilo que temos para gastar e nada mais. Se com 15 anos conseguia ir ao cinema com 10€ no bolso e passear e estar com os amigos a semana toda, não vejo porque é que, com algumas alterações, não posso perfeitamente gastar - veja-se o exagero - 62,50€ por semana. O dinheiro não parece real se está a ser usado sob a forma de um cartão. Dinheiro vivo, quando vemos as notas a saírem da carteira, traz muita mais restrição.
2. Usar o nosso saldo bancário como patamares a alcançar
A forma mais eficiente que encontrei para me manter mesmo em linha era criar patamares na minha conta bancária. Mesmo se não queria levantar 250€ de cada vez, estava sempre restrita pelo patamar-limite, ou seja, se tinha 0€ e o meu salário entrou e passei a ter 800€, não podia nunca passar os 550€. Às vezes parece um grande sacrifício, até porque, quando queremos fazer algo de mais extravagante olhamos para a conta e pensamos "tenho dinheiro para fazer isto, o que me pára?", mas o que me parou foi sempre esse limite. Da próxima vez, quando o salário entrar, os 1000€ vão ser o meu limite. Considero esse patamar como se fosse 0€, não contam e não os posso gastar.

3. Tomar nota de todos os pagamento feitos
Este é difícil. É difícil porque é chato e demora tempo e se nos esquecemos uma vez ficamos-nos a sentir mesmo culpados. É, no entanto, uma das formas mais óbvias de poupar, porque nos obriga a tomar consciência, constantemente, de para onde vai o nosso dinheiro. Pessoalmente, gosto de apontar todos os gastos. É quase um desafio: apontar todos os gastos do dia, mesmo os 40 cêntimos do pão ou os 50 cêntimos da água. Chegando ao fim do mês, quando passamos a pente fino todos os gastos, podemos ter uma visão clara e categorizada das nossas despesas, sejam elas em alimentação, lazer, casa, etc. Da primeira vez que fiz este exercício assustei-me com a quantidade de vezes que ia comer fora!

4. Estabelecer objectivos
Mas estamos a poupar para quê? Se não criarmos objectivos não temos uma ideia correcta daquilo que temos de poupar, do tempo que vai demorar e podemos acabar por perder a motivação de continuar. A melhor solução é, num documento em papel que esteja frequentemente perto de vocês (eu escolhi usar uma página sem eventos da minha agenda), escrever o vosso orçamento para projectos que queriam completar: viagens, luxos materiais, emergências, preparação para o futuro, etc; e adjudicar um tempo limite e um valor a poupar até lá para aquela situação. Também gosto de planear quais os meses que vão para que projecto, para poder ir trabalhando em cada um gradualmente.


E vocês, quais as vossas dicas para quem está a tentar poupar?

terça-feira, 26 de abril de 2016

O que tenho lido

Para além de livros, passo muito tempo a ler blogs e artigos de investigação. Gosto particularmente de peças sociais mas macabras, de assassinatos ou desaparecimentos. Leio muitas histórias de terror nos tempos livres, desde as chamadas creepy pastas a notícias do quotidiano. Também prefiro ver filmes de terror, que, em grande parte, já deixaram de me assustar tanto quanto deviam (isto também se deve ao facto de que, quando já se viu todos os filmes bons, os que sobram já não são nada de especial).

Nas últimas semanas tenho listado as peças mais interessantes que li, para vos apresentar coisas diferentes que, talvez, pudessem não encontrar sozinhos na infinidade da Internet:

  1. Confraria Vermelha Livraria de Mulheres, no Porto, organizou uma tertúlia sobre este caso na semana de aniversário da sua morte e eu estive presente. Foi uma sessão muito pessoal, que decerto fez toda a gente na sala pensar de forma diferente sobre uma situação muito delicada e que, infelizmente, ainda afecta muita gente boa em Portugal e no mundo.

  2. The Children Who Went Up In Smoke; Karen Abbott (DEC 25, 2012)
    Uma investigação sobre um caso macabro na década de 40. 60 anos depois, as crianças que desapareceram naquela casa, supostamente mortas pelas chamas, nunca mais apareceram e os pais nunca tiveram hipótese de enterrar os filhos.

  3. Sou fã por associação da banda: o meu namorado é absolutamente apaixonado por Rammstein e já fui a 2 concertos a pedido dele. Um no Rock in Rio em que conseguimos estar na primeira fila e levamos marcas de guerra para provar esse feito (nódoas negras no abdómen de passar 8h nas grades e uma no braço por ter de "lidar" com um penetra) e um na Meo Arena. Ambos foram fantásticos e a banda proporciona, com absoluta certeza, um dos melhores espectáculos musicais e de pirotecnia do mundo.

  4. Uma história verídica que se aproveitou do medo das pessoas que pensam que na Internet podemos encontrar tudo. Não se enganem, eu sou uma delas, acredito que há muito mal no mundo e irá todo acabar por se agregar todo na Internet, e portanto este tipo de mitos fascinam-me.

  5. Um artigo muito interessante e rápido de ler. O título diz tudo e tenho apenas a dizer que me convenceu!

  6. Uma pequena história de terror sobre um futuro governado pelas máquinas, ou, neste caso, por um único computador vingativo e imortal.

E vocês, o que têm lido fora do normal? Que artigos, ou textos, ou histórias têm lido que ninguém estaria á espera que vos tivesse chamado à atenção?

terça-feira, 19 de abril de 2016

O que tenho na mala



Há algum tempo escrevi que tinha simplificado a minha mala e que iria falar sobre isso noutra altura. Pois bem, essa altura chegou e vou partilhar convosco o que trago comigo no dia-a-dia, para trabalhar ou ao fim-de-semana.

Em primeiro lugar, gostaria de explicar que prefiro muito mais usar uma mochila no dia-a-dia porque ando bastante de transportes públicos e gosto de andar a pé, pelo que isso permite que as minhas mãos estejam sempre vazias e não me causa nenhum mau jeito nos ombros ou nos braços. Tenho duas mochilas, uma impermeável que uso para trabalhar, onde cabem os meus essenciais que já irei partilhar convosco; e uma mochila com espaço para a minha máquina fotográfico que uso muito mais aos fins-de-semana se for a algum evento ou sair com amigos para poder treinar e guardar memórias.

Tenho mais algumas malas, como expliquei no texto anterior, mas já não se enquadram muito com a minha personalidade e tento ao máximo evitá-las. Guardo as de marca, porque foram prendas de pessoas queridas (e no caso de uma foi surripiada à minha mãe, ups ahah) e guardo duas malas de tira-colo e duas poxetes formais a condizer com os dois vestidos que tenho para essas ocasiões.



Dentro da minha mochila para o trabalho tenho as seguintes coisas (atenção: esta lista é exaustiva):
  1. Kindle - Uso-o todos os dias no autocarro para casa e tiro-o da mala para ler antes de dormir;
  2. 2 pares de phones - uns headphones e uns earphones, ambos para ouvir música ou algum podcasts a caminho de casa. Prefiro os headphones, mas uso bandoletes muitas vezes e não são tão confortáveis nessa altura;
  3. Luvas;
  4. Porta-moedas - inclui 6 cartões (2 débito, Cartão de Cidadão, Carta de Condução, Cartão de Dadora de Sangue e o cartão da Médis) + Dinheiro + Passe e 2 senhas para quando saio da zona permitida pelo passe;
  5. Óculos de Sol;
  6. Kit Médico (8x10 cm) - inclui Nasex (o meu namordo precisa disto constantemente) + Ibuprofeno + Paracetamol + Imodium + Voltaren + Zyrtex + Kompensan + 2 Mini Compressas Esterilizadas + 2 pensos rápidos
  7. Chaves de Casa e do Trabalho;
  8. Mentas;
  9. 1/2 espelho (o meu espelho de bolso partiu a meio mas ainda serve o seu propósito);
  10. 1 baton de cieiro;
  11. Alguns ganchos para o cabelo;
  12. 1 Pacote de Toalhitas de Viagem - especialmente fantásticos se estivermos a viajar e tivermos de usar uma casa-de-banho daquelas menos limpas;
  13. 1 Pacote de Lenços;
  14. 1 Totó;
  15. 1 Caneta;
  16. 1 amostra de perfume;
  17. 1 amostra de creme de mãos.


E acabou. São estes os items que levo comigo para o trabalho ou ao fim-de-semana. Nada de especial, nem nada exagerado. Cabe tudo em ambas as mochilas e deixam bastante espaço livre na mochila impermeável, caso eu pare nalgum sítio para comprar comida ou outra coisa. Se for só sair até casa de alguém levo apenas o baton de cieiro, o porta-moedas e o telemóvel nos bolsos e voilá!

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Tralha Digital, privacidade online e demasiadas contas



Na minha viagem pelo minimalismo descobri que a tralha física não é a única que nos ocupa o pensamento e nos atrasa no quotidiano. A tralha psicológica e a tralha digital também nos podem fazer sentir mais preguiçosos pela sua mera presença, atrasam a nossa produtividade e basicamente incomodam. Neste texto vou falar da tralha digital e deixo a tralha psicológica para outra altura.

Um dos passos para uma vida mais simples passa por eliminar a tralha digital que sem dúvida já acumulamos ao longo dos anos. Com a Internet a fazer parte do meu quotidiano há bem mais do que uma década, sei que já acumulei imensas contas, e-mails, newsletters, blogs e outros fantasmas digitais que nunca mais vou precisar ou seque me irei lembrar que existem. O que é verdade para mim com certeza é verdade para muitos de vós.

O que é, então, a tralha digital?

São todos os ficheiros ou programas ou e-mails ou ícones que nos atafulham o computador, o telemóvel ou o browser e que nos distraem, mesmo sendo inúteis e/ou desnecessários.

São as fotografias duplicadas ou desfocadas ou completamente descontextualizadas; são as músicas que nem sabemos como é que chegaram à nossa biblioteca porque nunca sequer ouvimos falar do autor; são os documentos banais de há 7 anos atrás quando estávamos a fazer uma formação de 4 horas; são os programas complementares da máquina fotográfica, da impressora, do telemóvel, que constantemente actualizamos mas nunca usamos.

O que posso fazer para diminuir a minha tralha digital?

Tralha digital é um problema grande. Não tão grande como a tralha física (muitos de nós sabe bem o efeito que uma secretária cheia de papéis ou um móvel completo de bibelots nos pode fazer ao espírito!), mas um problema na mesma. 

Segue, então, abaixo uma pequena lista de como começar por destralhar o nosso mundo digital. O processo pode ser longo e possivelmente nunca estará completo porque, por exemplo, a possibilidade de haver contas que já não conseguimos aceder é muito alta. Poucas são as pessoas que sempre mantiveram o mesmo username ou o mesmo e-mail desde que se iniciaram na Internet, até porque isto começa sempre por ser um processo de adaptação e de experimentação e todos nós já passamos pela fase dos e-mails embaraçosos e do nome de contas infantis ou demasiado pessoais com informação que devia ser privada, como por exemplo o nosso nome completo ou o nosso n.º de telefone.

Já todos passamos por isso, não és a única pessoa assim, mas eu posso tentar ajudar!

  1. Limpar e organizar as pastas do computador. Por esta ordem.
    A forma mais fácil de fazer isto é num dia sem muito para fazer, em que possa dedicar alguma tempo à tarefa. Respire fundo e abra a pasta de música ou vídeos primeiro. São as pastas mais fáceis de limpar, na minha opinião, e dão-nos momentum. Comece por pôr os ficheiros organizados por data de modificação. É a melhor forma de tratar deste tipo de situações porque nos dá logo ideia de quando foi a última vez que mexemos na pasta ou quando é que a criamos.

    Quando organizamos por data de modificação percebemos se uma música/álbum/vídeo vale a pena ou não manter, porque vemos se nos lembramos dela, se gostamos dela e a temos ouvido/visto nos últimos tempos ou não ou se não nos diz nada e é um delete óbvio.

    Depois de analisar a pasta da música e vídeo, eliminar tudo o que não amamos nem nos traz felicidade, passamos para a fase de organização. Na pasta música, opto por ter tudo organizado pelo nome do álbum e as músicas soltas ficam simplesmente na pasta geral.

    Depois vêm os documentos. Aqui, analise pasta a pasta, veja quais os ficheiros que estão obsoletos, quais os que já não são importantes para o seu quotidiano, quais as informações que pode simplesmente passar para o Evernote e quais os documentos verdadeiramente importantes que devem estar também na nuvem.

    Aproveite e analise também a pasta das imagens, que tende a ser a mais sentimental. Por preferência, opto por manter todas as fotos em que estejam pessoas que eu gosto (ou já gostei! haha) e que não esteja desfocada ou que não saiba já do que se trata por falta de contexto. No fim, pessoalmente opto por organizar as imagens por pessoas (Amigos, Família, Namorado) e dentro de cada uma por anos. Também tenho uma foto chamada "Aleatórias" porque simplesmente não tenho como enquadrar fotos antigas do meu quarto, a vista da minha aldeia quando era nova ou o ramo lindíssimo que o meu namorado me eu antes de eu ir em Erasmus.

    Por fim, abra a lista de programas e desinstale todos aqueles que a) já não sabe para o que são ou b) já não usa há mais de 6 meses. Isto permite libertar algum espaço no computador e provavelmente ajuda também nos ambientes de trabalho mais atafulhados, daqueles que nunca enviam para a reciclagem os atalhos.

  2. Limpar e organizar as pastas do disco externo. Formatar o disco se possível.
    Nesta situação, alguns dos ficheiros e pastas do seu computador estão em duplicado no disco externo. Tente perceber se vale a pena voltar a analisar essas pastas ou se prefere fazer como eu e simplesmente apagar o que tem no disco, formatá-lo e passar apenas aquilo que tem mesmo de ser móvel, que tem de ser protegido para o caso do computador fritar ou que não iria conseguir encontrar novamente na Internet (vem-me à cabeça um vídeo de uma  proclamação de um poema nos tempos do MySpace).

  3. Apagar e deixar de estar subscrito a newsletters que não trazem valor ou que não são lidas.
    O GMAIL ajuda imenso nesta tarefa porque sempre que enviamos alguma newsletter para o SPAM pergunta-nos se queremos deixar de ser subscritores dela. Se preferir ter a certeza de que já não segue mesmo a newsletter, pode sempre abrir o e-mail e, no final deste, seleccionar a opção de deixar de ser subscritor.

    Geralmente este link leva-nos para um novo separador no navegador e podemos inserir a nossa informação ou o próprio site faz isso automaticamente. Se nenhum desta opções acontecer, pode optar por responder directamente à newsletter e por e-mail pedir para o seu e-mail ser retirado da lista de contactos.

  4. Ler e organizar a caixa de correio.
    Para mim este ponto é o mais difícil porque a minha conta tem mais de 10 anos, desde que andava no secundário e, portanto, acumulou muita coisa que tem valor sentimental (questionários de amigos sobre mim, histórias escritas por amigos, conversas privadas naquela altura estranha entre o MSN e o Facebook...). O principal aqui é livrarmos-nos primeiro dos e-mails de publicidade, informação desactualizadas e de compras de há mais de 1 ano.

    Após essa limpeza mais geral, sugiro começar por identificar quais os e-mails que mais recebem e quem são os seus principais remetentes. Se, como eu, recebem e-mais agregadores de artigos (no meu caso, são principalmente as respostas no Quora), vejam até que ponto é que precisam de guardar isso (resposta: não precisam).

    Na grande maioria das vezes toda a informação que não é apenas pertinente para vós ou para um grupo muito pequeno de pessoas é facilmente acessível na Internet. Estamos na era digital, conseguem encontrar a resposta à maioria das perguntas no Google, no Bing ou no motor de busca que preferirem. Aproveito para dar a dica de que o DuckDuckGo é um motor de busca que não guarda a vossa informação, já que estamos num texto sobre privacidade.

  5. Procurar contas antigas ou obsoletas num motor de busca de usernames como por exemplo o checkusernames.com
    Passei uma tarde a lidar com isto e é muito catártico. Encontramos contas antigas, que nos dão uma janela ao passado e como lidávamos com a Internet e com a vida há vários anos atrás, e percebemos a nossa evolução (que, sinceramente, não é só uma evolução de personalidade característica do avançar da idade, mas também reflecte como é que a Internet é interpretada hoje em dia em contraste com, por exemplo, 2005).

    Comece por avaliar se a conta ainda é relevante (como, por exemplo, no LinkedIn ou no About.Me) e se vale a pena actualizar a informação, ou se é melhor perder o menos tempo possível com ela e apagar os dados todos. Pessoalmente, gosto de acabar com as contas da forma mais definitiva possível: apago toda a informação manualmente e só depois desactivo ou apago a conta.


E aqui estão. 5 dicas para dar algum semblante de privacidade online e para destralhar o computador no processo. Muitas vezes não nos apercebemos da quantidade de informação que partilhamos e que tornamos pública. Os vossos dados não estão apenas no Facebook. Sempre que informam da vossa data de nascimento, do vosso sexo, da vossa cidade e dos vossos gostos na inscrição num website, estão a pôr em risco essa informação e, como dizia o MadEye Moody no Harry Potter, é preciso ter VIGILÂNCIA CONSTANTE!

terça-feira, 12 de abril de 2016

O que levo na minha mala: Edição Viagem Fim-de-Semana na Primavera





Dentro de poucos dias vou a Londres com duas amigas. Não é de todo a minha primeira vez na cidade. Visitei a capital inglesa pela primeira vez em 2006, numa viagem planeada pela escola, e digo, sem qualquer sombr
a de dúvida, que foi a viagem da minha vida. Pelo menos até hoje, 10 anos mais tarde. Éramos 40, entre os 15 e os 18 anos, com professoras porreiras, durante 1 semana a andar a pé 15 quilómetros por dia, a cantar músicas pelo caminho e, basicamente, a assustar os londrinos. Mas essa história fica para outra altura,

A segunda e terceira vez que lá fui, foi quando cheguei com os meus pais a Inglaterra para ir de Erasmus e quando, durante a minha estadia, a sociedade de viagens organizou um passeio de 1 dia à capital. Ambas as vezes passaram muito rápido e não tive tempo para rever as coisas pelas quais me tinha apaixonado na primeira vez (o Bristish Museum, o London Eye, a London Dungeon, as ruas, a comida, as pessoas...).

A última vez que lá fui foi no ano passado, em Outubro, com uma amiga. Ela tinha de ir fazer uma apresentação e eu aproveitei para lhe fazer companhia e ter oportunidade de ver a cidade novamente, com a calma que 3 dias permite. Não foi suficiente, nunca é, mas ajudou acalmar a paixão que tenho por Londres, que é a minha cidade preferida (com excepção do Porto, porque a minha própria cidade está noutro patamar completo).

Vou, então, pela 5ª vez a Londres, passar um fim-de-semana com duas amigas e vamos, principalmente, com o objectivo de ir aos estúdios da Warner Bros porque somos todas malucas por Harry Potter. Vamos num Sábado, que iremos aproveitar para passear e ir à feira em Portobello Road e, provavelmente, a Notting Hill. No Domingo, vamos, então, aos estúdios e pouco mais iremos fazer que passear. O nosso voo é na Segunda às 6h da manhã, por isso nem sequer vamos pagar por estadia nessa noite. Íamos ter de acordar às 3/4h da manhã para ir para o aeroporto e dia 25 de Abril é feriado e, portanto, podemos descansar (e ver Game of Thrones!).

Como é uma viagem relâmpago (tenho imensas dessas, infelizmente!), a minha mala não vai ter muita coisa:


Saca transparente com ziplock #1:
Escova
Escova de dentes
Cotonetes
Medicamentos: 2 paracetamol + 2 ibuprofeno + 1 imodium
2 tótós
Ganchos
Pinça
Lima
Corta unhas

Saca transparente com ziplock #2:
Creme cara
Gel douche
Creme mãos
Desodorizante
Kit Sobrancelhas
Máscara de Olhos
Sabonete
Toalhetes
Bâton de cieiro

Pasta de dentes

Cubo organizador de bagagem pequeno:
Carregador Telemóvel
Carregador Móvel
Adaptadores Inglaterra
Tripla
Sacos de pano (para a roupa suja)

Cubo organizador de bagagem médio:
2 x Tshirts
Pijama
Roupa Interior

Capa transparente:
Cópia do CC para o alojamento
Cópia de todos os documentos
Cópia do check-in

Outros:
Máquina fotográfica + lentes
Chinelos banho

O que vou levar vestido:
Sapatilhas
Tshirt
Camisola de Malha
Lenço/Cachecol
Casaco quente
Luvas
Óculos de Sol
Mochila pequena

Como vamos pela Ryanair e voltamos pela EasyJet torna-se mais difícil fazer as malas, porque a EasyJet não tem a política de mala de mão/mochila pequena que a RyanAir adoptou recentemente. Nesse sentido, tenho de embalar cuidadosamente toda a minha roupa porque a minha máquina fotográfica e duas lentes vão ter de ir na carry-on à vinda e não me posso exceder em compras ou prendas por essa razão.

E voilá! É esta a lista completa do que vou levar comigo. O que acham? Costumam levar mais ou menos coisas? O que acham que eu deveria cortar ou acrescentar?

sexta-feira, 8 de abril de 2016

O que deves levar contigo em caso de emergência (Bug Out Bag)


Nota: Este texto já está escrito há várias semanas, porque é um tema que me interessa bastante, mas calhou bem ficar agendado para a semana de sensibilização nas escolas: "E se fosse eu?". Não sou especialista em nada disto e o texto seguinte é só a junção de algumas ideias que fui coleccionando ao longo do tempo e de coisas que me interessariam trazer.

Dito isso, espero que encontrem algum valor no que vos digo aqui.

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É uma questão que, por muito que custe, devemos todos perguntar a nós mesmos. Fazer planos é sempre uma boa ideia e não se gasta dinheiro com isso, só se garante noites mais descansadas e menos stress na eventualidade de algo correr mal. Ninguém está completamente isento da possibilidade de ter de evacuar a casa em minutos ou segundos e não ter tempo para salvar o que mais nos é querido.

É por isso que acredito que este post é importante. Este tipo de situações raramente acontecem, e ainda bem, e, como tal, raramente estão na cabeça das pessoas. Por isso mesmo é que, quando acontecem, nos apanham completamente desprevenidos e sem capacidade de racionalizar o que está a acontecer no tempo suficiente para recolher os pertences ou documentos que seriam fundamentais mais tarde, depois do desenrolar de tudo.

Um dos temas que me têm cativado imensamente nos últimos tempos é a questão da "sobrevivência em caso de desastre". Antes que se assustem, não, não acredito no fim do mundo por aliens ou afins, mas acho que, no quotidiano, todos devemos estar em constante vigilância, para frasear o Mad-Eye Moody. É nesse sentido que elaborei uma lista, mais ou menos exaustiva, e, obviamente customizável, com alguns items imprescindíveis em situação de fogo, inundação ou epidemia zombie. Sugiro que estejam em locais próximos da saída e todos, mais ou menos, agrupados por perto, ou, idealmente, todos dentro na mesma mochila/mala:

  1. Documentos ou suas fotocópias: (baseado num comentário de um fórum que me esqueci de apontar o URL)

    a) Cartão de Cidadão/Bilhetes de Identidade + Certidões de Nascimento;
    b) Cartões da ADSE/ADMG/Seguro de Saúde;
    c) Certidão de Casamento;
    d) Passaportes;
    e) Cartas de Condução;
    g) Boletim de vacinas de cada membro da família (sugestão: no Centro de Saúde peça à enfermeira que seja impresso o relatório de vacinação. É um papel A4 com todas as vacinas que já tomou.)
    h) Cartão de Grupo Sanguíneo de cada membro da família;
    i) Lista de alergias, problemas médicos e afins;
    j) Relatórios médicos;
    k) Receitas médicas (mesmo que já estejam expiradas, servem como comprovativo de que tomas certos medicamentos);
    l) Relação das Contas Bancárias de todos os membros da família, com o n.º das contas e respectivos NIBs e IBANs, caso seja preciso sair do país + Dados de Acesso às contas bancárias online: n.º de acesso e password
    m) Seguros: carro, casa, vida, saúde, etc.;
    n) Lista das posses, para fins de seguro;
    o) Impressões digitais de cada membro da família + fotografia corpo e cara de cada um;
    p) Documentos dos animais de estimação;
    q) Fotos físicas mais importantes

    Se possível, esta informação deve estar duplicada em pen ou, principalmente, na cloud.
  2. Mala de roupa extra com 2 mudas para cada membro da família (incluir: roupa interior, pijama, casaco quente, luvas e chapéus)

  3. Kit de emergência médica:
    a) Paracetamol;
    b) Ibuprofeno;
    c) Bolas de algodão e cotonetes;
    d) Tesoura;
    e) Luvas;
    f) Pinça, corta-unhas e lima;
    g) Gaze;
    h) Termómetro;
    i) Pensos;
    j) Pensos higénicos / tampôes;
    k) Soro fisiológico;
    l)  Anticéptico;
    m) Pomada para queimaduras;
    n) Antihistamínico;
    o) Protector solar;
    p) Medicamentos que costumam tomar (diabetes, alta tensão, pílula, etc.);
    q) Medicamentos para animais de estimação;
    r) Isqueiro;
    s) Toalhitas;
    t) Máscara contra poeiras/fumo/etc.;
    u) Adesivo;
    v) Repelente de insectos;
    w) Bâton de cieiro;
    x) Creme hidratante + Desinfectante das mãos.
  4. Dinheiro
  5. Canivete suíço
  6. Um conjunto extra de chaves da casa/carro
  7. Água e barras de cereais
  8. Paracord (corda pode fazer a diferença em situações de emergência em que não sabemos com o que contar) + Fita Adesiva (das fortes, sim? Não levem a fita-cola do estojo da primária do vosso filho)
  9. Lanterna + pilhas (em separado);
  10. Sabão (não sabendo quanto tempo vais estar longe de casa, nunca é mau levar alguma coisa que te permita lavar/limpar on-the-go) + Toalha fibras;
  11. Cobertor Isotérmico;
  12. Espelho pequeno;
  13. Mapa da área.

Uma questão importante a ter em mente nesta mochila/mala é o peso. Não se esqueça que o peso da mochila não deve exceder a sua capacidade de a levar às costas durante horas/dias sem desconforto ou irritação.


O maior problema com a minha configuração é mesmo a roupa, porque ocupa sempre imenso espaço, mas se evitar items muito volumosos penso que iria conseguir um resultado execuível.

Se ficares sem casa, onde vais dormir? Como acedes ao teu seguro, às tuas contas, aos teus documentos? São questões fundamentais que devem estar sempre actualizadas nas nossas cabeças.

Da minha parte, eu sei que entre eliminar coisas em casa e duplicar necessidades numa mochila destas é complicado e confuso, mas estou a tentar simplificar a minha vida para ter menos dores de cabeça e menos dificuldades e a liberdade que me dá saber que posso pegar em tudo em menos de 5 minutos e não sentir que deixei nada de importante para trás ou que me poderia esquecer de algo, vale a pena o esforço extra.

terça-feira, 5 de abril de 2016

4 Dicas para uma maquilhagem rápida & eficiente




Uma das minhas paixões é maquilhagem. Não sou profissional e tenho muito, muito que aprender, mas gosto de ler e ouvir sobre isso e fui apanhando alguns truques pelo caminho. Pode-se dizer que não foram suficientes: a minha pele continua muito seca em alguns sítios e muito oleosa noutros; a minha base não dura, de todo, o dia todo e devia ser retocada a meio (mas eu não tenho paciência para isso); e as sombras que uso, apesar de serem da palete Urban Decay: Basics, com primer de olhos TooFaced Shadown Insurance, ficam borratadas ou engelham ao chegar ao fim do dia com, suponho, o calor dos meus olhos cansados.

Mas, espero, não sou uma total zero neste assunto. Já evoluí muito desde os anos de bâton roxo na fase punk, de base muito branca na fase experimental (que agora gostava de reencontrar porque não encontro, a preço de supermercado, nenhuma base suficientemente clara para mim), de sobrancelhas pintadas a lápis eyeliner. Todos cometemos erros e a melhor forma de os corrigir é continuar a tentar e a experimentar como é que os produtos funcionam e em que altura do ano ficamos com mais necessidade disto ou daquilo. É daquelas situações em que cada um sabe de si, a não ser que pague por um profissional, mas isso está para lá do meu salário.

O  importante é saber adaptar o saber ao nosso estilo, à nossa pele e ao formato da nossa cara que, quer queiramos, quer não, afecta imensamente a forma como a maquilhagem nos assenta; e há vários truques que, melhor ou pior, conseguem ser aplicados a toda a gente. 

  1. Descobra onde deve ser o topo da sua sobrancelha: se não sabe onde deveria ser o topo da sua sobrancelha, penteie a sobrancelha para baixo. Dessa forma, consegue ver a raiz dos pêlos e começa a desenhar a sobrancelha (muito levemente) a partir daí. Assim que tenha uma ideia desse risco, volte a pentear convenientemente as sobrancelhas para o sítio certo e pode terminar o processo.

    Dica extra: Use lápis branco por baixo do arco das sobrancelhas, para as fazer parecer mais elevadas e definidas.

  2. Aquece que vais entrar: para várias fases de maquilhagem, aquecer ligeiramente os produtos faz magia na sua aplicação, sejam eles máscara dos olhos, corrector ou eye-liner.

    Não precisam de ir buscar uma vela para ter ao lado dos produtos ou um secador de cabelo, a dica requer muito menos calor: basta pôr o produto entre as mamas, ou, se isso for muito risqué, numa parte do corpo que possa igualmente auxiliar no aquecimento e suporte do produto; ou mexer o produto entre as mãos durante alguns segundos.

    Dica extra: Usar o secador de cabelo é só recomendado no caso dos encaracoladores de pestanas, e mesmo nessa altura convém confirmar se a temperatura não é excessiva.

  3. Não ande com bâton nos dentes: uma solução extremamente fácil (e sexy, dependendo de onde estiver) para evitar essas situações é, depois de aplicar o bâton, pôr um dedo na boca, fechar os lábios à volta dele e tirá-lo para fora. Isto ajuda a eliminar excesso de produto que foi colocado na parte de dentro do lábio e que depois acaba nos dentes.

    Dica extra: exfolie os lábios antes de pôr bâton, especialmente se é mais opaco, para evitar ficar com peles secas visíveis. Uma forma rápida, ecológica e (talvez demasiado) saborosa de fazer isto é juntar uma colher de açúcar e mel; ou então optar pela forma mais preguiçosa que é usar a escova de dentes e um pouco de água morna.

  4. Nunca comece com a base: é preferível começar pelos olhos, especialmente se estiver a planear usar eye-liner, e ter a liberdade de limpar tudo e começar do início se fizer asneira. Começando pela base/cara, corremos sempre o risco de ter de desenrascar a maquilhagem de olhos porque não correu bem à primeira, para evitar estragar o resto da cara também.

    Dica extra: um problema generalizado para quem usar pouca maquilhagem ou está a começar, é comprar base de acordo com o tom de pele das bochechas. O grande problema com isto é que, idealmente, deve misturar o tom da base com o da sua cor de pele até ao pescoço. A solução para um look mais homogéneo e natural, é comprar de acordo com o tom do pescoço e nunca esquecer que a cara não acaba 1 cm antes das orelhas: deve-se misturar gradualmente por toda a face, da testa às orelhas ao pescoço.

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Evernote: Guia para Iniciantes



A minha ferramenta principal de produtividade é o Evernote. Aliás, é exactamente neste programa que estou a escrever esta entrada para o blog. A grande maioria das ideias que tenho para escrever aqui, as entradas que estão a ser escritas e os desafios aos quais quero responder, estão todos organizados no bloco de notas "blog", sob várias tags e títulos. O Evernote é uma ferramenta poderosíssima para quem a sabe usar e tem vindo a ser, nos últimos 3 anos, indispensável na minha vida.

Se nunca ouviram falar do Evernote, é um software de produtividade que nos permite criar notas, agrupá-las em blocos de notas (que também podem ser agrupados em "pilhas") e editá-las sempre que for preciso. É basicamente um agregador de documentos de texto, que podem conter imagens, pdfs ou outro tipo de ficheiros, de uma forma organizada, mas flexível para cada utilizador. O Evernote não limita como agrupamos as notas, que nome lhes damos ou o que guardamos nelas. Apenas fornece um painel para nos organizarmos como melhor nos convier.

A forma mais comum de utilizar o Evernote é pelo método Getting Things Done (GTD) do David Allen, que em Portugal foi editado com o nome Fazer Bem as Coisas: A Arte de Fazer Acontecer, mas que, sinceramente, ainda não tive oportunidade de ler e, portanto, não é o método que uso, apesar de haverem milhares de entradas de blogs sobre exactamente essa forma de utilização do software. A minha conta foi adaptada a mim mesma e às minhas necessidades durante mais ou menos 3 anos e vai sendo alterada constantemente, dependo daquilo que preciso de ter. O objectivo do Evernote é estar adaptado à nossa vida, sem atrapalar ou confundir, portanto usem-no da forma mais intuitiva e fluída para vocês.

A primeira coisa a perceber do Evernote é que quanto mais nele inserirmos, melhor conseguimos depender dele. É importante ter isto em mente nos primeiros dias ou semanas em que iniciam o uso, porque, ao princípio, se não tiver nenhuma nota, parece que não serve para nada e só à medida em que vamos acrescentando conteúdo é que se torna cada vez mais indispensável. 

Para mim, em particular, é fundamental, porque sou muito, muito esquecida e, sempre que possível, gosto de criar e editar notas sobre coisas que já deveria saber (nome dos namorados e pais das amigas, prendas que me deram ou que planeio dar, lugares e datas em que os visitei, etc.) e para as quais sou constantemente chamada à atenção porque simplesmente não consigo decorar ou sequer ter alguma ideia visual do que é.

É também importante perceber que o Evernote é aquilo que fazemos dele. Para mim funciona bem como uma ferramenta de memória e é para isso que o uso na minha vida pessoal, mas tenho uma conta extra para o trabalho (porque não quero ter as notas pessoais abertas no computador do escritório), que serve maioritariamente para guardar modelos de e-mail e para arquivar documentos que precisei de enviar para a sede.

Poderia ter uma pasta com essas informações no computador, mas desta forma consigo rapidamente ter acesso a tudo, pesquisar por palavras-chave e ter uma apresentação polida e intuitiva para o caso dos meus colegas precisarem de usar os meus documentos na minha ausência. Basicamente, podemos adaptar o Evernote a qualquer situação quotidiano, onde o objectivo é ter material interactivo e facilmente acessível, agrupado por pilhas, blocos de notas ou etiquetas.

Outra questão que torna o Evernote muito prático é que é acessível em qualquer lado, com ou sem acesso à Internet, dependendo do tipo de conta que tivermos. Isto é particularmente bom quando estamos, usando o exemplo do trabalho, fora do escritório e alguém, num aperto, precisa de alguma informação que de outra forma não encontra. Podemos aceder a qualquer computador, tablet ou smartphone, entrar na nossa conta e, desde que já tenhamos a informação necessária inserida, podemos, sem restrições, alterar ou inserir conteúdo que depois será sincronizado para a nossa conta.

Por fim, o Evernote é altamente customizável e tem parcerias com várias outras aplicações. A grande vantagem disto é a automatização da informação. A principal ferramenta para isto, que também recomendo, é o IFTTT. Faz com que seja possível guardar as actualizações de estado do facebook, os tópicos mais interessantes no reddit, os e-mails mais importantes do gmail ou as fotos do instagram, entre várias outras opções, em notebooks separados no Evernote, com etiquetas diferentes. 

Para ficarem com uma ideia da forma como utilizo o meu Evernote, deixo-vos uma lista, não exaustiva (de todo), de alguns dos blocos que tenho e para que servem:

  • Beleza & Moda: ideias para maquilhagem, inspiração de roupa e informação sobre que produtos comprar
  • Hobbies: boardgames, ponto de cruz, fotografia e geneologia
  • Educação & Trabalho: anexos para o currículo, documentos de conferências, apontamentos da licenciatura e do mestrado, documentos criados por mim no trabalho, notas do estudo que tenho feito de italiano e de matemática
  • Comida: dicas de nutrição, infographics sobre quando comprar fruta ou como fazer as medições para bolos, receitas e ideias para festas
  • Food for Thought: quando acho que um artigo é interessante o suficiente para reler, guardo-o aqui por completo ou aponto o link
  • Futuro: casa, filhos (confesso que aqui até o uso mais para juntar ideias para a colónia de férias em que participo todos os anos), decoração...
  • Música: playlist para festas se eu fosse um DJ (uma rapariga pode sonhar...)
  • Projectos: voluntariado e afins
  • Viagens: locais que queria visitar e planos para férias

Com perto de 2000 notas não está aqui tudo, no entanto, ficam a perceber a capacidade organizacional do Evernote. É verdadeiramente a minha mente fora do corpo e facilita infinitamente a minha vida.